E de repente a decisão de empreender toma conta. Finalmente é chegada a hora de colocar todos os projetos no papel e começar. As ideias que antes apenas fervilhavam em nossas cabeças, finalmente ganharão vida!
Expectativas?! As melhores, sempre!
E assim, as empreendedoras começam seus negócios. Cheias de entusiasmo e alegria.
Algum tempo depois, a lua-de-mel cessa e a realidade apresenta-se muito mais desafiadora que nos planos iniciais.
Aqueles insights tão incríveis, por vezes dão lugar a insegurança. Aquela euforia e vontade de fazer acontecer, se apaga um pouco, e chegam novas perguntas:
E se não der certo? E se eu não conseguir vender? E se acharem que está caro ou que eu não sou boa o suficiente?
Em meio a tantos questionamentos a mulher se esquece que a decisão de começar uma empresa, seja ela qual for, trará novas situações e experiências, afinal este é o processo natural das coisas.
Como saber se temos algum tipo de crença ou bloqueio sobre vendas, se nunca vendemos? Como saber se teremos dificuldades de comunicar, se antes nunca estivemos tão expostas?
Somado a este cenário, as informações que nunca param de chegar. Como sobre aquela amiga que começou mês passado e já faturou o que investiu, ou aquela outra que mal começou e já faliu….
De um lado a busca pelo nosso jeito de fazer, do outro, a tal fórmula do sucesso que anda “bombando”. E no meio, a mulher, começando sua jornada.
Inevitavelmente vem a tentação de dar aquela espiadela no tal jeito que andou dando certo com a maioria. É como se numa orelha lembrássemos de nossos pais dizendo “você não é todo mundo”, e na outra, as vozes sobre os resultados infalíveis e perfeitos, que de perto até parecem mesmo irresistíveis.
Tudo isso, somado a um histórico muito familiar, a do ambiente corporativo, em que as respostas estavam sempre fora de nós, enquanto no empreender o movimento é totalmente inverso. As respostas devem ser encontradas dentro de nós.
A chave do Autoconhecimento
No acelerar sem rumo, nos perdemos. Esquecemos dos motivos que nos levaram a empreender. Esquecemos que a ideia inicial era fazer do nosso jeito, era unir nossos talentos, respeitar nosso tempo e intuição.
As dúvidas tendem a tomar conta quando abrimos mão dessa essência, ou nos desconectamos com aquela validação especial e só nossa, a validação que passa pelo nosso coração e sentir.
É nesta hora que o autoconhecimento se apresenta como nosso maior aliado. Ao nos afastarmos da situação e analisarmos como espectadores da nossa própria realidade, a clareza tende a vir.
Toda essa confusão pode ser nosso presente. Assim como o erro, os problemas e tudo mais que a princípio tem uma interpretação superficial e negativa.
A confusão nos convida a pausar. Ela nos lembra que podemos respirar e que podemos corrigir, simplesmente ajustar o que não está caminhando como deveria. A bagagem que construímos errando, e nos refazendo é a que tem mais a nos ensinar, e a ensinar o outro.
A alma do nosso negócio nasce das nossas vulnerabilidades, nos apresentando para o jogo apesar dos erros e da tal confusão.
Talvez precisemos de ajuda com processos, com organização, com a comunicação, etc. E que ótimo! Avança com mais força quem constrói uma rede de apoio, nos negócios e na vida.
Como numa dança ensaiada, o nosso negócio transforma quem somos, e quem somos transforma o nosso negócio. Nossos talentos são reabastecidos e fortalecidos pelas dificuldades, e o que temos a oferecer amadurece.
Nossos produtos e serviços, como vendemos e como lidamos com nossos parceiros e clientes, tudo é uma expansão do nosso ser, e da nossa autotransformação.
Por mais negócios que troquem com o mundo a partir de quem somos e de quem nos tornamos!